2017
Belo Horizonte/MG
Natureza Política - Grupo de Pesquisa Indisciplinar
Grupo de Extensão Acadêmica
naturezapolitica.indisciplinar.com;
Como nos apresentamos
O Programa Natureza Política está vinculado ao grupo de pesquisa Indisciplinar, sediado na Escola de Arquitetura da UFMG, cujos integrantes são professores, pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação oriundos de diversos campos do conhecimento, que desenvolvem suas atividades buscando a articulação da teoria com a prática e o fortalecimento do tripé ensino-pesquisa e extensão. O Programa se debruça no debate sobre processos de intervenções urbanísticas e paisagísticas em territórios socialmente vulneráveis, que, na maior parte das vezes, partem de diagnósticos concebidos por problemas e soluções pré-estabelecidas. Em outra direção, aposta-se aqui em processos investigativos iniciados pelo mapeamento dessas existências, entendidas como subsídios às definições das potencialidades e das fragilidades locais, tendo como horizonte um agir em comum, compartilhado e contra-colonial. Além disso, os elementos não-humanos e suas agências são entendidos como sujeitos nas cartografias realizadas, em uma provocação direta aos conceitos vigentes sobre natureza, ora como locus da separação entre os viventes, ora como íntima e próxima, ora como aquela passível de ser objetificada, instrumentalizada, mercantilizada. Adota-se como premissa o entendimento de uma natureza sujeito, dotada de direitos e com papel político importante nas disputas e nos conflitos territoriais. O Programa foi criado em função da percepção que a temática ambiental estava presente em diversos projetos vinculados ao Programa de extensão IND.LAB, e que era preciso organizá-los em um mesmo eixo de investigação, para aproximar melhor suas interfaces e articular politicamente as estratégias de ação. Desde 2016, os projetos de extensão “Artesanias do comum” e “Natureza Urbana” estão trabalhando juntos em uma mesma frente de ação, o Parque das Ocupações, em uma área de preservação ambiental localizado nas fronteiras das ocupações urbanas autoconstruídas no Barreiro. A temática ambiental, presente em todas as frentes de ação do projeto “Natureza urbana” (Fica Ficus, Parque Jardim América, dentre outros), ao se juntar às questões sociais associadas à luta pela moradia, ganhou uma conotação política ampliada. Ao mesmo tempo, o projeto “Artesanias do Comum” já tinha em seus objetivos o reaproveitamento dos resíduos e a produção de tecnologia social numa esfera local, focada nas ocupações urbanas autoconstruídas localizadas na região do Barreiro, desde 2016 passou a incorporar questões regionais e a se conectar com outras lutas ambientais. Também a pauta feminista já vinha sendo incorporada à esse projeto, visto que nas ocupações citadas o papel das mulheres é determinante na produção daquele espaço, inclusive no que diz respeito à forma de se compartilhar e de se distribuir responsabilidades e cuidados, nas suas mais diferentes manifestações. Por sua vez, o projeto de extensão “Cartografias emergentes” possui, desde sua criação, uma configuração capaz de acolher novas frentes de ação, que podem surgir a partir da percepção de novas demandas advindas de lutas territoriais específicas, ou mesmo de projetos de mestrado e doutorado de orientandos dos professores dos grupo Indisciplinar. A partir de setembro de 2017, então, os projetos Cartografias Emergentes, Artesanias do Comum e Natureza Urbana migraram para o programa Natureza Política. Percebeu-se também uma possibilidade de ampliação transescalar das questões abordadas. Em todos os projetos de extensão que compõem o Natureza Política, é condição a articulação da academia com os movimentos sociais organizados que representem e/ou aglutinem os interesses das populações mais vulneráveis e mais atingidas pelos interesses do Capital. É consenso também que dispositivos tecnopolíticos devam ser construídos para visibilizar e fortalecer as ações de resistências já em ação no território. Por fim, todos os projetos partem do entendimento que que é importante que as discussões e ações construídas pelas equipes dos projetos de extensão sejam feitas localmente, junto aos moradores, e, ao mesmo tempo, sejam articuladas de forma estratégica e ampliada em outras instâncias de negociação (mesas de negociação, órgãos municipais, Ministério Público, Conselhos Municipais), em uma perspectiva de se construir e disputar políticas e financiamentos públicos. A participação de estudantes de graduação é feita de forma direta e intensa, com reuniões semanais, participação de eventos acadêmicos, atividades de campo sistemáticas, garantindo, assim, que a construção e a afirmação dos laços entre universidade e comunidades parceiras. Tal participação visa contribuir para uma formação acadêmica comprometida e engajada com o ideal de uma cidade mais justa e inclusiva e com o fortalecimento e a autonomia dos moradores dos territórios parceiros.
O que fazemos
- • Cartografia Social
- • Projetos Participativos
- • Plano Popular/Comunitário
- • Regularização Fundiária
- • Incidência Política
- • Pesquisas